Máquina de correr

Postado por Mell Galvanho , quarta-feira, 14 de julho de 2010 23:19

Acordo atrasada, ainda embaraçada em meio a tantos sonhos. Escovo meus dentes e pulo dentro da roupa, meu bocejo é tão profundo quanto minhas olheiras, elas ainda dão margens a noite mal dormida de ontem. Sonhei com você, e com outros também. Mas nosso sonho foi tão curto... e ao acordar era o que me fazia desligar do mundo, do meu, tão somente meu em todas as manhãs, que procuro não pensar em nada mais a não ser em todos os detalhes que o amanhecer tão atarefado e sonolento me reflete pensativo até o final do dia. Não sei por que, mas adoro pegar condução bem cedinho só para sentir aquele friozinho quase glacial que me enquadra a janela. Sento regularmente no canto da direita, é porque assim o sol pode me aquecer um pouquinho mais, e ele também muito sábio, todos os dias me encontra no mesmo lugar, com as janelas bem aberta. Dai pronto, parece que o mundo começa a pintar-se para mim. Reparo a cada prédio, praia, cheiros, sinais de transito, barulhos, árvores e raízes do aterro do Flamengo. E penso no que veio antes, como e da onde surgiu tudo aquilo!? E como aquela árvore floresceu tão rápido? Está linda! Mas se bem que refiro aquela do ponto a frente, até hoje não consegui descobrir que fruto tão peculiar seria aquele. Alguém já me disse que é cacau, mas eu não acredito! E quem te disse que era? Na certa você também não sabe... Então me imagino uma bióloga, e faço minha monografia sobre este fruto tão novo, recém descoberto. Olho o mar e me imagino do outro lado daquela "linhazinha", sozinha cambaleando, na certa uma marinheira. Reparo no motorista e me ponho em seu lugar; O que eu poderia estar pensando? Tudo! Menos em lembrar o ponto em que devia ter lhe deixado. Então é melhor eu insistir em me concentrar no meu livro, tal que de preferência seja lido somente aqui, não sei, pra mim é o melhor lugar e hora para se ler, pois a medida que passo as folhas, os caminhos também eu já ultrapassei. Sinto-me tão viva! Meus neurônios parecem fervilhar. Consigo me desligar completamente das pessoas nesses exatos 40 minutos, com trânsito ou não, esse é o momento do meu despertar e de mais ninguém! Descubro quase que um poder paranormal, ouço Wolfmother no último volume, leio e planejo mil profissões para minhas futuras vidas, é, ainda sobra espaço nisso tudo para relembrar de alguns fatos marcante, e rio sozinha no canto da direita acomodada na minha máquina de correr contra o tempo.

1 Response to "Máquina de correr"

Thainá Says:

Melllllll, adorei ! :D

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