Papo de botequim
Postado por Mell Galvanho , quinta-feira, 22 de julho de 2010 21:31
Já estou cansada das pessoas, cansada desse sistema medíocre, dessa mídia que te absorve e te torna escravo do capitalismo, dessa monarquia que te cerca em todos os lugares e te deprime, te soca, e diz todos os dias o quanto você é submisso a tudo isso. Me sinto esgotada dessa comunhão que se faz o tempo todo em pirâmide. O bonito, o modinha, o rico, o popular, o pegador, o super adolescente em desenvolvimento (alcoólatra e drogado), o robusto, ou aquele mega "alternativo" que já leu todos os livros em lançamento, assistiu todos os filmes de Johnny Depp e é fã dos Beetles.
Isso tudo faz parte de uma fase, e acredito que todo mundo já passou ou passa por ela. E é claro que me enquadro neste âmbito. Afinal, são coisas que estão ai para você viver, aprender e amadurecer. E ai de mim recrimina-los, cada com o seu livre arbítrio, e não confunda a minha revolta nostálgica com preconceito, pois isso é uma coisa que eu não possuo, nem de corpo e nem de alma.
Mas a essas pessoas de nada adiantaria ouvir do monge mais sábio que não é por esse caminho, de nada vai adiantar ele te dar o mapa certo do caminho mais curto ao encontro do tesouro. Porque tu ficará tão impressionado com todas as possibilidades e devaneios que encontrará no caminho, que certamente se perderá na melhor parte dele. A parte de transição do "por aqui tu não podes" para "daqui pra frente é você quem decide". E ainda há aquele que nunca passará sequer por essa dadiva, quanto mais parar no meio de uma caminhada para admirar uma flor ou uma das fases da lua. Esses serão para sempre conformados e iludidos pelo cinza, botões, luzes sem vida e as que tiram vidas.
Me pergunto para onde vão os faróis, os gritos, as folhas? Para aonde corre as nuvens, a felicidade, as crianças?
A cada dia posso dar-lhes uma resposta diferente. E me preocupo a me fazer mais perguntas e mais ainda em responde-las com franqueza. Me ocupo com essas e outras questões inusitadas. Melhor do que me preocupar com a roupinha do fulaninho. Tudo bem, eu admito! Também deveria me preocupar muito mais com política, vestibular ou com a globalização. Mas isso envolve muitas pessoas, e ultimamente elas estão conseguido me enojar, profundamente. Então para sair à rua e não ter náuseas ou crises de risos, eu ponho uma música bem agradável, me olho no espelho e digo: Garota, tu é foda! Dai caio na gargalhada e me sinto uma derrota. Desço meu elevador e concentro as minhas forças. Passo do portão e não vejo mais ninguém, tudo a minha volta é só barulho. E é ai que começo meu interrogatório, me entretendo até meu destino.
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