Nação dos sonhos
Postado por Mell Galvanho , quinta-feira, 5 de agosto de 2010 10:22
Me sinto encurralada, um relógio, o fundo de um poço, pra ser mais precisa me sinto como uma bomba, uma bomba nuclear, destruindo tudo vejo a minha frente, matando milhões de sonhos inocentes. E em apenas alguns segundos tudo acaba, me deixo envolver por todo o sofrimento a minha volta, e me sinto sem força alguma para reconstruir toda essa nação.Mais uma vez pelo altíssimo calor do fogo, ele como sempre tomando a frente da minha guerra e transformando tudo tão rapidamente em cinzas. Toda aquela nação de sonhos que ali foi criada pelos meus ascendentes, parece não ter mais jeito... Mas posso lhes dizer que foram eles os governantes das minhas guerras, os próprios ponteiros do meu relógio, o meu labirinto, a nascente do meu poço. E ainda me repetem incessantemente que tudo isto é em prol do bem, do meu bem.
Não da pra entender porque é preciso um governante tão ditador, e pior, nos enganam sempre dizendo que vivemos em uma democracia. Ora bolas, não estou pedindo que isso vire uma bagunça, afinal eu, pelo menos eu assumo que preciso de regras para viver, porque senão acabo me enrolando a tanta libertinagem. Porém também não vos peço uma ditadura, acho que pode haver sempre um acordo universal, mesmo que em outras nações não os cumpram a risca... De certo modo haveria mais paz.
E vos desabafo que se ainda hoje me sinto assim, é por conta de uma mau organização de Estado, é, lá no princípio dos tempos, talvez muito mais antes que eu imaginava... E tudo isso vem passando de geração em geração.
Ao chegar a esta conclusão começo a refletir que talvez isso não seja tão maior culpa dos nossos últimos governantes, até porque estes também precisam do seu povo ao invés de receberem só cobranças.
Então, na trégua da guerra ressurge uma compreensão, ah! E também uma infinita esperança, pois está próximo o dia em que eu assumirei o posto de governante da minha própria nação, e certamente verei que a guerra maior não estava dentro da minha casa.
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